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Aluguel de ações cresce 43%

Fonte de renda extra, mercado de aluguel de ações cresce 43%.


SÃO PAULO – O mercado de aluguel de ações tem crescido no Brasil. De janeiro a julho, a BM&F Bovespa registrou um aumento de 43% no número de operações, que chegou a 85.299 no sétimo mês do ano, com volume financeiro de R$ 33,485 bilhões. O motivo para isso: a disseminação entre pessoas físicas.

De acordo com o diretor de Administração de Risco da BM&F Bovespa, Luis Antônio Vicente, dentre vários fatores, dois têm impulsionado este mercado no Brasil. “A própria bolsa e as corretoras têm feito um trabalho de educar e mostrar esse tipo de produto, principalmente para a pessoa física. Isso do lado da oferta. Do lado da demanda, são investidores mais qualificados. A indústria de fundos local está buscando mais retorno e tem usado como estratégia”, ponderou.

O momento tem sido tão positivo para este mercado que outros países já estão atentos ao modelo brasileiro: “Nos outros países, o aluguel não ocorre em bolsa, mas nas grandes corretoras. O Brasil tem essa característica interessante e os países estão olhando isso depois da crise, que gerou perdas. No Brasil, a bolsa concentra os negócios e é garantidora da operação, de que o ativo será devolvido”, explicou.

As pessoas físicas representam pouco mais de um quarto dos doadores de ações no mercado de aluguel, segundo dados do mês de julho, atrás dos investidores estrangeiros (33,60%) e dos fundos mútuos (30,27%). Entre os tomadores, por sua vez, elas representavam apenas 5,54%.


O aluguel de ações é uma operação que envolve doadores e tomadores. De um lado, estão pessoas que podem emprestar os papéis e receber uma remuneração extra por este serviço. A taxa anual de empréstimo está em torno de 2,2% ao ano, o que significa que, se a pessoa emprestar R$ 100 mil em ações, terá um retorno de R$ 2,2 mil ao final de um ano.

“O doador tem uma estratégia de longo prazo para o ativo e vai manter sua carteira por um bom tempo”, destacou Vicente. “Ele aufere ganho com a taxa do aluguel e não se importa com a valorização ou a desvalorização da ação porque é um investidor de longo prazo”, completou.

É importante destacar que o doador, enquanto estiver com a ação emprestada, não perde o direito de receber dividendos, lucros, enfim, qualquer provento que seus papéis venham a registrar, não importando que estejam temporariamente emprestados.

Além da taxa de aluguel, que é negociada entre as partes, o tomador paga os emolumentos da bolsa. Depois de pegar o papel emprestado, ele irá vendê-lo para poder aplicar os recursos em outro papel que acredita que terá uma valorização maior. Depois de um período, o tomador é obrigado a comprar de novo o papel, para devolvê-lo ao proprietário.

“Aí é que está a participação da bolsa: ela garante que o tomador vai comprar, mesmo se o papel estiver mais caro. Senão, ele fica inadimplente. Além disso, ele não pode tomar emprestado um total de ações que não seja absorvido pelo mercado”.

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